Ciência/Religião

Estudo científico explica a diversidade de cores de pele dos humanos

 


Um estudo com diversos grupos africanos, liderado por geneticistas da Universidade da Pensilvânia, identificou novas variantes genéticas associadas com a pigmentação da pele. O estudo ajuda e explicar a ampla faixa de cores de pele no continente africano.

Quando se pensa nesse continente, a maioria das pessoas lembra-se apenas da pele escura, mas ao longo de toda a África há uma grande variedade de tons de pele, que podem tão claras quanto às dos asiáticos ou muitíssimo escuras, e com todos os tons possíveis entre esses dois extremos.

Os pesquisadores obtiveram informação genética de cerca de 1.600 pessoas, examinando mais de 4 milhões de polimorfismos de nucleotídeos ao longo do genoma, lugares onde o código de DNA pode diferir por apenas uma “letra”.

Uma das principais variações foi observada ao redor do gene MFSD12. O MFSD12 é altamente expresso nos melanócitos, as células que produzem melanina. Para verificar o papel do gene na pigmentação da pele, os pesquisadores bloquearam sua expressão em culturas de células e observaram um aumento na produção de eumelanina, o pigmento responsável pela pigmentação das peles negra e parda, e bem assim para cabelos e olhos.

Em ratos, desligando-se esse gene observa-se uma mudança na cor de sua pelagem de marrom, causada por pelos com pigmentos vermelhos e amarelos, para um cinza uniforme pela eliminação da feomelanina, um tipo de pigmento também encontrado em humanos.

Não sabemos exatamento porque, mas o bloqueio desse gene causa uma diminuição na produção de feomelanina e um aumento na produção de eumelanina. Também mostramos que os africanos possuem um baixo nível de expressão de MFSD12, o que faz sentido, pois baixos níveis do gene significam maior produção de eumelanina, disse Sarah Tishkoff, uma das autoras do trabalho.

A questão toda é controlar a expressão de um gene para tornar a pele mais clara ou mais escura. Em outras palavras, trabalha-se com informação e estrutura que o organismo já possui. É como ajustar e relação entre os pixels de uma tela de computador para mudar a cor percebida naquela região.

Esse é um dos tipos de variação comumente comentada no meio criacionista. Temos um pacote completo, pronto, e podemos fazer ajustes nesse equipamento ligando ou desligando determinadas funções, ou mesmo ajustando seu nível de contribuição para determinada característica. A informação e a estrutura já existem, e precisam apenas ser trabalhadas conforme a necessidade.

Algo parecido com o caso do rato veadeiro, já explicado aqui. Não se nega a seleção natural, apenas se limita o que ela é capaz de fazer (como selecionar características que podem ser ativadas ou desativadas). Já a criação de sistemas bioquímicos complexos, como a cascata de coagulação ou o flagelo bacteriano, por seleção natural, é algo que ainda precisa ser demonstrado.

Olhando para esses fatos, podemos nos perguntar quem realmente apela ao que não pode ser demonstrado (quando falamos de ciência), criacionistas ou evolucionistas?

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Referências

1. Loci associated with skin pigmentation identified in African populations. Science, 2017

2. University of Pennsylvania. “Genes responsible for diversity of human skin colors identified.” ScienceDaily. ScienceDaily, 12 October 2017. Disponível em: www.sciencedaily.com/releases/2017/10/171012143324.htm

Imagem fonte: Reprodução Google

Rodrigo M. Pontes

Graduado e doutorado em química, professor efetivo de Físico-Química do Departamento de Química da UEM. Autor de diversos trabalhos em periódicos científicos internacionais e pesquisador na área de Química Computacional. Membro da Sociedade Criacionista Brasileira e membro fundador do Núcleo Maringaense da Sociedade Criacionista Brasileira (NUMAR-SCB). Para saber mais sobre Rodrigo, acesse a página Equipe no rodapé do site.

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