Sociedade

Ateus não são confiáveis, indica pesquisa que inclui os próprios ateus

 


Por que existe um certo preconceito ou uma desconfiança nas pessoas que se auto denominam ateus?

A Universidade de British – Columbia, fez uma série de pesquisas (5 estudos até agora) sobre o que chama de “bases sociais de preconceito anti-ateu”, e descobriu algo interessante. Em geral, pesquisas têm mostrado que menos da metade dos americanos consideraria sequer remotamente votar em um candidato presidencial ateu. E ninguém quer que o seu filho ou filha se case com um desses “pagãos”.

Pesquisadores liderados por Will Gervais da Universidade de British, se perguntaram por que, e descobriu-se que tudo se resumia ao simples fato de que as pessoas não confiam em ateus.

Em um teste, pesquisadores apresentaram uma situação repreensível: uma pessoa que bateu em um carro estacionado e, em seguida, saiu sem deixar sequer um telefone de contato ou pelo menos uma desculpa.

Os participantes foram convidados a escolher a probabilidade de que esse infrator fosse “cristão, muçulmano, estuprador ou ateu”, e, apesar de uma das opções ser claramente diferente das outras, os ateus foram tão escolhidos quanto os estupradores como os prováveis “infratores” que bateram no outro carro e sumiram.

Outros estudos mostraram que os participantes não estariam dispostos a contratar um ateu para um trabalho que exige um alto grau de confiança.

Agora, você pode determinar que isso é porque os participantes da pesquisa são religiosos e estão simplesmente discriminando aqueles que não acreditam da mesma forma do que eles.

Mas é aí que as coisas realmente começam a ficar interessantes, pois verifica-se que mesmo as pessoas que se identificaram como não-crentes (ateus) eram mais propensas a confiar em crentes. É isso mesmo, até mesmo outros ateus tinham comprado a ideia de que as pessoas religiosas são mais éticas, ainda que presumivelmente não pensam em si mesmos como menos éticos devido à sua não-crença.

Nota: as pesquisas não tem vínculo religioso e até tratam o assunto como sendo uma questão psicológica, de cunho cultural e de preconceito. Porém, pode-se verificar que a crença em Deus ou mesmo o aspecto de espiritualidade traz um sentido de confiança. Infelizmente do extremo oposto, temos aqueles (líderes religiosos inescrupulosos) que se aproveitam dessa “confiança” que a crença traz para ludibriarem aos que se entregam cegamente a esta confiança. Neste ponto, os ateus tem uma certa vantagem, já que não estão sujeitos a serem enganados por esse tipo de pessoa.

 


Referências:

NCBI – US National Library of Medicine National Institutes of Health. Do you believe in atheists? Distrust is central to anti-atheist prejudice [link];

NCBI – US National Library of Medicine National Institutes of Health. Reminders of secular authority reduce believers’ distrust of atheists [link];

NCBI – US National Library of Medicine National Institutes of Health. Finding the faithless: perceived atheist prevalence reduces anti-atheist prejudice [link];

NCBI – US National Library of Medicine National Institutes of Health. No atheists in foxholes: arguments for (but not against) afterlife belief buffers mortality salience effects for atheists [link].

Imagem fonte: Reprodução Google

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