Você tem medo da Teoria dos Universos Paralelos?
Uma das questões quase obrigatórias que me fazem nas sessões de perguntas e respostas das palestras sobre a existência de Deus é sobre a Teoria do Multiverso (ou dos universos paralelos, caso prefira). Por isso que, na conversa de hoje, vou explicar a razão de sempre tocarem nessa teoria e também demonstrarei por que ela não apresenta qualquer ameaça ao argumento em defesa da fé. Vejamos.
A Teoria do Multiverso representa, em linguagem simples, a ideia de que não há apenas um universo, mas uma infinidade deles. Sendo assim, a inimaginável precisão com que vários fatores deste universo em que vivemos são sintonizados para que a vida aqui possa existir deixaria de ser impossível de ter ocorrido pelo acaso.
Para que possamos entender melhor isso, peço-lhe que imagine uma pessoa com 25 moedas de um real na mão. A probabilidade dessa pessoa jogar ao ar essas moedas e elas caírem todas com a face “cara” para cima é baixa, concorda? Mas, se juntarmos 10 pessoas, cada uma com suas 25 moedas, a probabilidade de pelo menos uma conseguir fazer isso é maior. E se juntarmos 100, 1.000, 10.000 pessoas, a chance de pelo menos uma conseguir vai aumentando, não é mesmo?
No que diz respeito ao universo, estamos lidando com números realmente muito pequenos em relação à probabilidade de existência da vida na Terra por acaso. Há consenso tanto entre teístas quanto ateus que existe uma sintonia extremamente delicada nas variáveis em torno da vida para que ela exista. Alguns dão o nome a essa sintonia de Princípio Antrópico.
Para que você tenha uma ideia, de acordo com o astrônomo Hugh Ross, que por sinal é cristão, a probabilidade de existência da vida por acaso em um planeta como a Terra é de 1 chance em 10 seguidos de 138 zeros. Isso quer dizer: é impossível, mesmo matematicamente falando. Existe um princípio na matemática chamado Princípio de Borel. Esse princípio diz que probabilidades muitíssimo pequenas são impossibilidades, conforme veremos no próximo parágrafo.
De acordo o Princípio de Borel, a linha divisória entre o que é extremamente improvável e o que é impossível seria de 1 chance em 10 seguido de 50 zeros. É dizer, portanto, que toda probabilidade menor do que essa seria uma impossibilidade, entende? Veja que 1 chance em 10 seguido de 50 zeros é dez vezes mais provável de acontecer do que se fosse em 10 seguido de 51 zeros, e é cem vezes mais provável do que se fosse em 10 seguido de 52 zeros. O que dizer de 1 chance em 10 seguidos de 138 zeros? É maior que o impossível elevado ao impossível!
A chance da vida existir por acaso é matematicamente considerada zero porque conhecemos 122 variáveis que se alteradas minimamente a vida não seria possível. É dizer, se somente uma dessas que conhecemos (é possível que existam muito mais) for alterada, deixando as outras como estão, não haveria vida aqui. A transparência atmosférica, o nível de gás carbônico, e a força da gravidade são exemplos dessas variáveis.
Para que você tenha uma ideia, de acordo com a física, a alteração da taxa de expansão do universo em 0,000000000000001% logo no primeiro segundo após o Big Bang não permitiria vida, pois impossibilitaria a criação de galáxias. Este número, que exige uma incrível precisão na sintonia do universo, foi calculado não por um cientista cristão, mas por Stephen Hawking, talvez o cientista ateu mais famoso da atualidade.
Se considerarmos que só há este universo em que vivemos, tanto ateus quanto teístas terão de concordar que há uma inteligência que sintonizou tudo isso. Pelo acaso, não existiríamos. Como os ateus não ficam felizes com esta conclusão, o que eles fazem? Eles se empreendem em modificar a premissa de que só há um universo e dizem que há inúmeros deles. Segundo os que sustentam essa teoria, assim como ocorre com o exemplo das moedas, se aumentarmos o número de universos, a chance da vida existir por acaso (ou seja, sem a necessidade de uma inteligência sintonizadora de todas as variáveis) aumenta à medida em que aumentamos o número de universos.
Mostrarei, contudo, que essa teoria não resolve o problema para o ateísmo. Antes disso, recapitulando rapidamente o que conversamos até aqui, vimos que a Teoria do Multiverso é um esforço desesperado para se tentar diminuir a impossibilidade de existência de vida por acaso na Terra. Mas será que de fato ela consegue fazer isso? Conforme já adiantei, penso que não e passarei agora a apresentar as razões do por que não.
Em primeiro lugar, a Teoria dos Multiversos, embora hipoteticamente diminua a exigência de uma inteligência sintonizadora das variáveis para que a vida exista, ela aumenta a exigência de uma inteligência criadora desses hipotéticos vários universos. Mesmo de acordo com a ciência, a exemplo das descobertas dos renomados cientistas Arvin Borde, Alan Guth, e Alexander Vilenkin, podemos inferir que um hipotético modelo de multiversos precisaria de um início e, consequentemente, teria sido criado, necessitando de um criador. Em outras palavras, a Teoria do Multiverso aumenta a necessidade da existência de Deus, ao ter de explicar a criação não mais de um, mas de vários universos.
Um outro ponto muito interessante é o seguinte: embora a Teoria dos Multiversos diminua a necessidade de uma inteligência sintonizadora atuando dentro do nosso universo para que a vida exista, ela aumenta a necessidade desta inteligência atuando entre os universos, para que, por exemplo, eles não colidissem. Se há tantos universos assim, criados ao mesmo tempo, por que não colidem o tempo todo?
O argumento mais forte contra a existência de multiversos e, portanto, contra essa teoria é o seguinte: não há uma só evidência de que isso seja verdade. Os cientistas que adotam essa teoria não o fazem pela ciência, nem muito menos pela razão. Não o fazem pela ciência porque não há evidência mínima para isso. Por que então defendem esta teoria? Pode ser por fé em alguma coisa que não sei o que é, mas certamente é uma fé que não se assemelha à fé cristã. A fé cristã é uma fé que pensa, que exige evidência.
Os poucos cientistas que acreditam na Teoria do Multiverso pensam que isso pode ser verdadeiro porque eles tem fé nessa teoria; no caso do cristão, não dizemos que algo é verdadeiro porque temos fé, mas temos fé porque é verdadeiro. Cristo é a Verdade (João 14:6) e a fé que temos, a esperança que temos nele, é fruto das evidências que Deus nos deu na Terra, embora nos leve a lugares muito mais longes.
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Deus abençoe,
Tassos Lycurgo
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Excelente artigo. Eu já sabia que esta teoria dos multiversos era uma tentativa desesperada de materialistas tentarem explicar a sintonia fina do universo sem recorrer ao sobrenatural, mas este artigo aumentou meus conhecimentos. Que Deus continue abençoando o autor deste blog. 🙂
Parabéns pela excelente apologética!!!
Hoje eu estou no meu Universo Paralelo , mas grata pelo artigo lerei amanhã com certeza.
Eu sou médium e o paralelo para mim além do dólar é normal. Gostei da seleção natural , estou pronta para ser abatida.
ADOREI !!! Sabe, se eu consigo sentir uma pessoa a quilômetros de distância por sincronicidade , por extrema semelhança e completude de almas , ele manda ou faz algo e eu ‘sei’ aqui onde estou (juntos fabricam um campo eletromagnético) ; como não acreditar num mundo paralelo , nos Multiversos .
“A linha divisória entre o que é extremamente improvável e o que é impossível ” , a fronteira é tênue mais é possível para quem tem fé . quem tem fé sabe que tudo é possível.
Marcelo Gleiser/ Coamos E Culture : A realidade não é o que podemos ver. 26/04/2017
O mundo é ilimitado e iridescente, queremos sair para vê-lo .
http://www.fronteiras.com
***Só os cegos e os poetas veem na escuridão.
PS. Quando tudo está conectado de forma segura , QUALQUER coisa é possível.
O improvável é provável . O impossível é possível .
E os Multiversos concedem.
******** algo é verdadeiro porque temos fé, mas temos fé porque é verdadeiro. Cristo é a Verdade (João 14:6) ********
OBRIGADA
Diante de tal discernimento espiritual e científico, é com grande alegria e gratidão que faço essa leitura. Obrigado!!!!
Legal o seu texto, acabei caindo aqui por acaso. Mas acabei ficando com mais dúvidas ainda, sou cristão, e tenho minhas perguntas já que não há possibilidade de existir universos paralelos.
Então a explicação que eu tinha sobre Deus ter Criado era que, na sua infinita sabedoria, ela já sabia que a humanidade cairia, porém a escolha era nossa, ou seja Adão ao aceitar o fruto da mão de eva, fez a escolha errada ( já conhecida por Deus ). Teoricamente ele poderia ter negado, assim como eva, e ter direcionado a humanidade para o verdadeiro proposito de Deus ( outro universo, outras escolha). Porque qual seria a razão de criar Lucifer, Adão, Eva, o Mundo, sabendo que somente algns seriam salvos? Sabendo de toda a disgraça do Mundo? Bom continuarei a ler sobre esses assuntos…
Acho que esse era o único jeito da humanidade ter consciência, por exemplo, como posso dizer que sou feliz sem conhecer a tristeza? Muita coisa boa nasce a partir de uma coisa ruim, proteção e perda, medo e coragem. (passei vários dias pensando nessa pergunta e isso foi o que acabou entrando na minha cabeça, talvez eu esteja errada)
E se tivéssemos certeza de que um universo paralelo existe. Qual seria o papel de Deus? Seria a prova de que não existe um Deus?
Acho que as religiões precisam parar de abominar perguntas.
Deus é algo grande, muito maior do que tudo que a gente conhece. Então quanto mais longe da nossa realidade a gente vai, acredito que mais perto de Deus a gente fica.
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